Era uma vez uma menina que ficou órfã de pai e mãe e então foi acolhida por uma vizinha que a tratava muito mal. Um dia, a vizinha disse:
- Vai p’ro Inferno! A menina decidiu fazer a vontade à vizinha e saiu da casa dela. As pessoas que a viam a passar na rua diziam:
- Para onde vais, menina? Ela respondia:
- Vou p’ro Inferno! Sabe dizer-me onde é ?
- Credo! Eu não! E assim foi andando pela rua abaixo, até que encontrou um senhor que lhe disse que o Inferno ficava num palácio com janelas todas encerradas. Disse-lhe ainda:
- Mas tem cuidado só podes sair de lá se encontrares um lencinho mágico que tem poderes. A menina lá foi andando, até que encontrou um palácio e bateu à porta. Apareceu um homem todo vestido de negro. Ela perguntou-lhe:
- É aqui o Inferno? O homem respondeu:
- Sim! Entra e começa já a trabalhar. Ela tinha de acender o lume e cozinhar para toda gente que trabalhava no Palácio. Mas eles sujavam a casa toda e a menina continuava a limpar tudo. A menina nem podia descansar, pois o demónio, todas as noites, se deitava no colo dela e ela tinha de lhe caçar os piolhos.
Um dia, o diabo acabou por adormecer no seu colo e a menina tirou-lhe cuidadosamente o tal lenço mágico. E disse logo:
Um dia, o diabo acabou por adormecer no seu colo e a menina tirou-lhe cuidadosamente o tal lenço mágico. E disse logo:
- Lencinho mágico com o teu condão vem valer-me nesta aflição! Quando disse estas palavras todas as portas se abriram e a menina saiu do palácio apressadamente e andou bastante até encontrar outro palácio. Bateu à porta desse palácio e apareceu-lhe uma mulher muito mal arranjada. A menina perguntou-lhe se precisava de pessoas para trabalhar. Mal entrou começou a trabalhar. Como o trabalho era muito pesado e ela lembrou-se do lencinho mágico e disse:
- Lencinho mágico com o teu condão vem valer-me neste afliçã. Em todas as tarefas que a mulher lhe mandava fazer lembrava–se sempre do lencinho mágico .
Um dia, a mulher ficou cheia de ciúmes por ela ser tão bonita e trabalhar tão bem. Então, foi com as suas filhas dizer ao rei que ela não sabia trabalhar. Nesse momento, a menina que, também as acompanhou, pediu ao lenço para a ajudar. De imediato, uma delas imitou a voz do gato, não conseguindo dizer nada:
- Lencinho mágico com o teu condão vem valer-me neste afliçã. Em todas as tarefas que a mulher lhe mandava fazer lembrava–se sempre do lencinho mágico .
Um dia, a mulher ficou cheia de ciúmes por ela ser tão bonita e trabalhar tão bem. Então, foi com as suas filhas dizer ao rei que ela não sabia trabalhar. Nesse momento, a menina que, também as acompanhou, pediu ao lenço para a ajudar. De imediato, uma delas imitou a voz do gato, não conseguindo dizer nada:
- Miau ! Miau! E ele ficou furioso e perguntou a outra filha:
- E tu que tens contra ela?
- Béu ! Béu ! Respondeu a outra. O rei disse:
- Vocês estão malucas! E a próxima respondeu:
- Ióó!Ióó. Estão todas tolas! Perante esta situação, o rei escolheu a menina para a dona do palácio. Deste modo, os maus foram castigados e os bons premiados. Nós gostamos muito desta história.

